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Existe LGBTfobia na universidade?

Por Brenda Pereira e Luisa von Padilla

 

Uma pesquisa feita por alunas de Jornalismo da Universidade Regional de Blumenau – Furb com 75 acadêmicos de Blumenau e região para descobrir a inclusão dos LGBTs na universidade mostrou que 97% deles conhecem ou possuem algum colega de faculdade que é LGBT. Entretanto, somente 50% dos entrevistados consideram este grupo incluso no ambiente universitário.

 

O acadêmico Gustavo Schlickmann já passou por olhares atravessados dentro e fora da Universidade. Ele é homossexual, cursa Medicina Veterinária e, na opinião dele, o meio acadêmico tem um papel fundamental para a desconstrução do preconceito e inclusão das minorias, mas que é necessário mais: “Tinha que ser algo que abrangesse todo mundo, toda a cidade. Os grupos sociais precisam ser incluídos”, concluiu.

 

Alice Alves, 22, é transexual. A vontade dela era ser advogada e cursar Direito, mas por achar o ambiente mais ‘masculino’, chegou à conclusão de que sofreria mais transfobia (palavra designada para se referir ao preconceito contra a transexualidade ou transexuais). Então, aos 17 anos ela começou a cursar Moda em uma instituição de Blumenau, pois achou que seria um ambiente onde não sofreria tanta discriminação por considerar o curso como mais ‘feminino’. Mas não foi como ela imaginava.

 

Não demorou muito para que os colegas de Alice começassem a tratá-la diferente e demonstrar os seus preconceitos. Andar pelos corredores daquele prédio passou a ser desconfortável e até doloroso: “Dá pra sentir muito no olhar. Por mais que não se fale nada, o olhar oprime”, relata. De xingamentos verbais até puxões de cabelo, a situação estava insustentável. Ela, procurou a instituição e nada foi feito. Um dia, apostando na impunidade, alguns estudantes aproveitaram a escuridão de um estacionamento e a agrediram violentamente. Depois disso, Alice abandonou o curso. Ela conta que a instituição não acatou seu nome social, alegando que ela era uma aluna comum e iria ser tratada como tal. Em seu depoimento, Alice diz que acredita que se ela pudesse ter usado o nome social não teria sofrido tanto preconceito a ponto de abandonar o curso.

 

Veja os depoimentos no vídeo abaixo.

Pesquisa feita por alunas de Jornalismo avalia o preconceito por orientação sexual e identidade de gênero na universidade

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